Revista Pardo

De volta ao passado

Então…tudo que eu queria era colher mangas na colônia da Serrinha onde passei a maior parte da minha infância e adolescência. Ali foi construído um paredão, tipo muro de arrimo, para segurar o aterro, onde foi construído as casas de alvenaria.

As casas eram em grupos de duas e abaixo do paredão era onde ficavam as mangueiras e outras árvores frutíferas e, mais abaixo, as hortas e outras plantações. Ali, cresci com meus irmãos, primos, primas e amigos. Foi onde tive as primeiras namoradinhas e também, ao cair da noite, onde íamos brincar de passa anel, esconde-esconde, pular cordas e outras brincadeiras.

Depois, sempre íamos ouvir as histórias dos mais velhos, como o Sr. Augusto, que gostava de contar histórias de arrepiar até cabelo de careca, do ‘Moita’, que contava causos de pescador, mas que também gostava de ensinar como usar as plantas medicinais, o que era de suma importância, pois na época não era fácil ter médico na hora que fosse preciso.

Nesse domingo, depois da cobertura do show dos Mamutes, peguei o meu amigo inseparável, o meu Fusca 69, e fui catar mangas na minha terra natal. Quando lá cheguei, fiquei parado em frente à frondosa mangueira e parece que fui transportado momentaneamente pra minha infância e revivi, em um tempo recorde, todos aqueles momentos de sofrimento pela pobreza mas, por outro lado, de muitos amigos e amigas, que permanecem até hoje entre os que ainda estão vivos.

Assim que voltei pra o meu corpo e ia começar a apanhar as mangas, pra minha surpresa, notei que minhas sacolas já estavam abarrotadas de mangas. Eu só tive que agradecer aos meus amigos que já se foram dessa vida, que nesse domingo vieram provar que a amizade, quando é verdadeira, não tem nada que faça quebrar esse laço infinito que é o amor da amizade sincera.

Qualquer semelhança com a vida real é pura coincidencia.

Por Pofi.

Joao Pereira Vidal

Joao Pereira Vidal

Deixe um comentário

Assine para receber todas nossas novidades!