Revista Pardo

Meu amigo Mané Boi

Hoje vou contar uma história que aconteceu há muito tempo na Colônia onde eu morava. Todas as tardes, na boquinha da noite, eu e a garotada da minha idade acostumávamos ir até uma ponte que ficava entre as Colônias Serrinha e Sapo ali existente. Ficávamos escutando história de assombração que o Mané Boi e o seu Lazinho contavam. Nós, garotos, ouvíamos atentos.

Isso era sagrado. Até que um dia o Mané Boi resolveu “incrementar” os causos de assombração. Como ele morava ali perto, na Colônia do Sapo, saiu de mansinho e pensamos que ele tinha ido embora. Mas ele foi até uma moita onde já tinha escondido uma fantasia de lobisomem e, sem que ninguém percebesse, surgiu debaixo da ponte onde estávamos sentados, colocando todo mundo para correr.

Sabe aquele ditado quando o feitiço vira contra o feiticeiro? No outro dia, lá estava o pessoal de novo para ouvir mais histórias, porém quem veio com o sr. Lazinho foi o Pinga Fogo, um senhor muito simpático, que começou a contar histórias diferentes. Mas achamos falta do Mané Boi, pois ele era muito engraçado.

Então resolvemos ir até a sua casa para ver o que tinha acontecido. Chegando lá, chamamos por ele mas quem nos atendeu foi seu irmão, que já foi logo falando que, pelo jeito, a gente não sabia o que havia acontecido na noite anterior. Nós ficamos quietos, logo ele indagou:

“Pois ele não estava na ponte com vocês?”

Respondemos que sim, então ele continuou falando :

“O Mané Boi vestiu uma fantasia de lobisomem para assustar vocês e quando ele estava debaixo da ponte apareceu o verdadeiro lobisomem, que fez ele vim correndo até aqui em casa e ao ver o claro da luz caiu desfalecido. Quando acordou hoje cedo, estava atordoado e amedrontado , pois estava cheirando um lobo e disse que o olhar do bicho atravessava a alma mesmo no escuro”

Quaisquer semelhanças com fatos, serão meras coincidências.

Por João Pereira Vidal – Pofi

Lilian Queiroz

Lilian Queiroz

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